14 de abril de 2014

Foi Assim Que Aconteceu (2)

Criadores: Carter Bays e Craig Thomas
Atores: Josh Radnor, Jason Segel, Cobie Smulders, Neil Patrick Harris, Alyson Hannigan

Mais informação técnica no IMDb.

Temporada: última. Yep, chegou ao fim. Há por isso spoilers e rant. O texto que se segue é um rant, um desabafo. E custou tanto porque nunca pensei escrever tal coisa.

Opinião: O título deste post também podia ser "A série televisiva que me ensinou sobre relações... mas não da maneira que estão a pensar", e isto porque não foi com as personagens, muito menos com a história que aprendi algo, não. Se havia aprendido o último episódio deitou tudo abaixo ao ignorar 8/9 anos de evolução de personagens. Sim, porque eu, ao contrário do que aparentemente pensam os escritores, acredito que as pessoas evoluem, mudam, crescem. Nem sempre ao nosso gosto, é verdade, e há momentos em que os velhos hábitos voltam, mas o crescimento está lá, é impossível regressar completamente atrás. Mas foi o que aconteceu. Não devia estar surpreendida, sitcoms ou mesmo séries televisivas no geral, mais que os livros, são conhecidas por ignorarem por vezes a evolução de personagem se isso ajudar à história. Ajuda, por vezes, que uma personagem inteligente seja por momentos burra. Mas enfim, não era sobre isso que queria falar, estava a querer falar sobre como "HIMYM" me ensinou algo sobre relações.

Sim, dizia que foi a série, ou melhor a relação que tive com esta série, que mais me deu a aprender sobre relações. Peguemos em alguns pontos da Platinum Rule do Barney (eu sei que não se aplica ao caso mas a relações com alguém que vemos frequentemente) e observemos a evolução desta relação que acabou por não funcionar.

Atração (ou a primeira e segunda temporadas)
A minha relação começou como qualquer outra, já por aqui contei como estava em casa e de repente a apanhei na televisão... o primeiro episódio! Do início! Raramente coisas do género me haviam acontecido, costumo apanhar sempre as coisas a meio! Não desta vez! Devia ser o destino! Ainda por cima era sobre pessoas mais ou menos da minha idade, que estavam a passar pelas mesmas dúvidas e problemas que eu! E as personagens eram interessantes, com piada, podiam ser meus amigos! Onde tinha andado esta série toda a minha vida?!

Negociação (ou a terceira e quarta temporada)
Com o passar do tempo fui-me sentindo investida nestas personagens, mas e a mãe, onde andava a mãe? Mas lá começaram a aparecer sinais da mãe, um guarda-chuva amarelo, ela a frequentar uma aula dele. Só era pena demorar tanto tempo e nunca mais a vermos. Mas yeah, I thought it would be ok.

Submissão (ou a quinta temporada)
OMD! As personagens a crescer, as piadas recorrentes que me faziam sentir parte da série... Como é que podia não adorar ou como podia sequer pensar em abandonar a série?

O ponto de viragem (ou a sexta temporada)
Ok, eu estava a adorar, mas arrastava-se. E a mãe? Pouco ou nada se via dela, pelo contrário, meteram a Zoe que, como disse há tempos, foi "a mais irritante de todas as moças que passam pela vida do protagonista". Sim, é verdade que eu não gosto da atriz, não consigo explicar porquê, e devia ter prestado mais atenção. Muita gente começou a abandonar a série, eu comecei a tentar justificar a mim mesma porque é que continuava a assistir...

Purgatório (ou as últimas temporadas)
O interesse começou a esmorecer, só com um ponto ou outro de interesse, geralmente que pouco ou nada tinham que ver com o Ted.

Confrontação e o fim (ou os últimos episódios)
A mãe foi apresentada, vimos vislumbres dela que fizeram com que de certa forma também nos apaixonássemos por ela. Era a escolhida, a mulher perfeita para o Ted, ela era a mãe! Ela... ia morrer?... Ela estava morta?... A história toda era para o Ted pedir autorização aos filhos para voltar a andar com a Robin porque o casamento dela com o Barney não tinha dado certo?! O_o

Não consigo pôr por palavras a raiva que senti. O terem regredido personagens como o Barney ou a Robin foi o menos quando comparado com o facto de que a mulher que supostamente era a ideal, e meus amigos só o facto de ela ter paciência para aturar o Ted fazia dela A IDEAL (para além de santa!), acabar por ser um mero prémio de consolação! Foi como se o destino (tanto que Ted falou no destino) tivesse dito "pronto, a Robin está com o Barney, diverte-te com esta até morrer e poderes ficar com a outra, até porque queres filhos e a Robin não te os pode dar". E foi isso que mais magoou.

O romance épico não foi nada épico. De épico houve pouco ou nada. E não, não achei que o facto de ele gostar da Robin 25 anos depois fosse romântico (apesar de eu adorar histórias do género, veja-se o Persuasão), porque já tinha sido dito vezes sem conta que eram incompatíveis, foi um ponto que por diversas vezes durante a série foi debatido até à exaustão. Houve não sei quantas (a sério, perdi a conta) despedidas definitivas em termos do que o Ted sentia por ela. Foi uma coisa que supostamente morreu vezes sem conta. Voltar a trazer o mesmo à ribalta, justificar a série por causa disto foi um logro. Um logro em que podia ter embarcado se não tivesse investido 9 anos, dos quais uns 7 foram a ouvir "a Robin não é a mãe, eu e a Robin não estávamos fadados a ficar juntos, eu e a Robin nunca deu certo".

E foi isto que aprendi com a série. Não vale a pena continuar a insistir em algo que, a partir de certo momento, não dá para ver como pode voltar a ser o que era antes. Esta série era divertida, tinha piada, só eu sei o quanto mesmo na última temporada gostei de ver referências às anteriores, mas devia ter desistido quando vi que a coisa estava a demorar muito. Quando trouxeram a Zoe, quando a Vitória voltou, quando parecia que andavam a remexer no mesmo assunto que já cheirava mal de tão morto que já devia estar. Mas a esperança de que a coisa podia acabar bem, aqueles fogachos com a mãe, com o Barney a tornar-se digno de uma mulher que fosse, com a Robin a querer algo mais que uma carreira jornalística... A certa altura agarramo-nos a qualquer coisa, mas não impede que o fim chegue e que seja doloroso e me leve a questionar se o tempo e tudo o mais que investi valeu a pena.

Co-existência
Ainda está longe, mas não a coloco de lado. Neste momento não quero ter nada que ver com a série. Há finais que mesmo contrários ao que queria (caso do Harry Potter) consigo aceitar. Neste caso ainda não consigo, é muito recente.

Veredito: Durante muito tempo foi para ter na estante, mas agora não consigo pensar senão em como com tanta coisa para ver e tive de ver isto.

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