31 de maio de 2011

Maio 2011

Estes posts começam a parecer muito iguais - a queixar-me que leio pouco, quando na verdade até parece que estou a ler ao ritmo de anos anteriores, e que leio por escapismo (por isso não admira que este mês tenha lido, sobretudo, livros com bonecos!). A verdade é que este ano tem sido complicado e tenho andado com tanto que fazer que muitas vezes penso "preferia estar a ler", mas quando estou a ler penso "deveria de estar a fazer outra coisa". Sinto que a minha mente dispersa e dou por mim a divagar (ou a olhar para paredes em branco) ou a não investir muito na leitura. Na verdade, parece que não estou a investir em lado nenhum. Tinha feito algumas resoluções no início do ano (no entanto a maior parte trata-se de desenvolvimento pessoal e que por isso não estão aí), para além desta declaração de intenções, e a verdade é que pouco ou nada fiz de modo a atingi-las. Mas espero mudar isso daqui para a frente.

Por fim, deixo as aquisições que não foram mostradas aqui.

Compras:
  • Plains of Passage de Jean M. Auel
  • The Land of Painted Caves de Jean M. Auel
Ofertas:
  • As Labaredas de Azeroth (volume 2) de C.J. Cherryh
  • Os Tambores dos Dragões de Anne McCaffrey
Empréstimo pela BLX:
  • GTD - Fazer bem as coisas de David Allen

30 de maio de 2011

Esperando por... (3)

Após a feira deste ano, o livro que mais quero é Planícies de Passagem I da Jean M. Auel.

Acho que ainda não contei a minha história com estes livros, apesar de os mencionar por algumas vezes. Pois bem, já disse que a minha mãe em tempos foi uma grande leitora, e devo-lhe o facto de me ter passado o bichinho, não só por me ter comprado e incentivado a ler, mas sobretudo por ter partilhado comigo algumas das suas leituras, nomeadamente as que de alguma forma mais a marcaram. Ela não fala de muitos títulos mas há alguns que se destacam, nomeadamente As Brumas de Avalon e As Mulheres da Casa do Tigre, de Marion Zimmer Bradley, tendo o último sido escrito em conjunto com outras autoras, O Perfume de Patrick Süskind, O Vale dos Cinco Leões de Ken Follet e O Clã do Urso das Cavernas da Jean Auel.

Já li os 3 primeiros, dos quais só não gostei d'As Brumas de Avalon. Não consigo explicar porquê mas a Morgana impede que eu o leia. Adoro a parte da Igraine, a ligação com a Atlântida, mas quando a Morgana passa a ser a narradora empanco e não avanço. Como boa mãe tem-me incentivado a ler, dizendo que o melhor está por vir (e fazendo questão de spoilar-me, mas na verdade nem me importo com isso, o entusiasmo dela é contagiante e quero saber tudo e mais alguma coisa, os livros geralmente acabam por me surpreender à mesma) mas tenho resistido a tal, depois de 2 tentativas. Talvez à terceira seja de vez, mas ainda tenho cá muito por ler, de modos que vai ficando para trás.

No que toca ao livro do Follet, também já anda cá por casa e só espera uma melhor altura para o ler. Não só pela sugestão da minha mãe, mas porque adorei Os Pilares da Terra, tenho algumas expectativas para a leitura deste livro.

No entanto, acho que nenhum destes se compara com a opinião que a minha mãe tem de O Clã do Urso das Cavernas. Ando há quase 20 anos a ouvir falar do livro e nunca vi o seu entusiasmo esmorecer! O livro foi-lhe emprestado pelo que foi sempre uma mágoa dela não ter uma cópia. De facto nunca me lembro de ter visto o livro da Europa-América à venda, sem ser este ano na Feira, só via o da Esfera dos Livros, mas para a minha mãe não era a mesma coisa. Mesmo assim comprou-o há dois anos, baratíssimo na Feira, e a sua primeira reacção foi ligar-me a berrar que o tinha. Este ano, devido à Tchetcha, soube que a Europa-América tinha o livro disponível e comprei-o para oferecer no dia da mãe. Ela ficou contentíssima e já tratei de arranjar uma boa casa para o volume repetido. :D

Mas ainda antes disto convêm dizer que descobri que o que ela pensava ser um livro independente, fazia parte de uma série. Descobri isto enquanto estudava na faculdade, já que uma das minhas colegas estava a ler. Quando disse a minha mãe ela deu-me uma missão, tentar procurá-los e adquiri-los se possível. No entanto, durante esse período pouco ou nada sabia do mundo literário (sabia muito menos do que sei agora) e tinha mais coisas que fazer que procurar livros. Entretanto descobri também que havia mais um livro não publicado em inglês e que um outro estava a ser escrito. Resolvi então no último ano dedicar-me a esta demanda, e pasme-se, tive algum sucesso!

Quando comecei a comentar isto aconselharam-me procurar/contactar alfarrabistas e foi o que fiz. Valeu-me encontrarem O Vale dos Cavalos em segunda mão e encomendaram os dois volumes de Os Caçadores de Mamutes bem como a segunda parte de Planícies de Passagem. Entretanto virei-me para o BookMooch, onde encontrei o livro The Shelters of Stone. Este exemplar é um hardback vem com uma dedicatória a uma mãe que pelos vistos adorava a série (parece que depois compraram um exemplar paperback e deram este pelo BookMooch) e achei que era simplesmente perfeito já que estou a procurar os livros para a minha. É verdade que ela não lê inglês mas posto nas palavras delas:
Não me interessa que não consiga ler, tu consegues e podes contar-me a história!
Já este ano saiu então um novo volume, The Land of Painted Caves que já comprei e já chegou cá a casa. Juntamente com este veio o quarto volume, The Plains of Passage, já que apesar de ter a segunda parte em português, a primeira não se encontra em lado nenhum. Mas não deixo cair os braços. Eu hei-de encontrar o livro!

Resumo (da versão original): Jean M. Auel's enthralling Earths Children series has become a literary phenomenon, beloved by readers around the world. In a brilliant novel as vividly authentic and entertaining as those that came before, Jean M. Auel returns us to the earliest days of humankind and to the captivating adventures of the courageous woman called Ayla.

With her companion, Jondalar, Ayla sets out on her most dangerous and daring journey-away from the welcoming hearths of the Mammoth Hunters and into the unknown. Their odyssey spans a beautiful but sparsely populated and treacherous continent, the windswept grasslands of Ice Age Europe, casting the pair among strangers. Some will be intrigued by Ayla and Jondalar, with their many innovative skills, including the taming of wild horses and a wolf; others will avoid them, threatened by what they cannot understand; and some will threaten them.

But Ayla, with no memory of her own people, and Jondalar, with a hunger to return to his, are impelled by their own deep drives to continue their trek across the spectacular heart of an unmapped world to find that place they can both call home.

26 de maio de 2011

Booking Through Thursday: Rotina

A pergunta desta semana é...
Do you ever feel like you're in a reading rut? That you don't read enough variety? That you need to branch out, spread your literary wings and explore other genres, flavors, styles?
Às vezes. Sobretudo neste último ano, em que sinto que pouca coisa me prende a atenção e alguns livros parecem seguir fórmulas que considero esgotadas. Pouca surpresa trazem, não me fazem pensar, não exigem muito de mim... Mas diga-se que este ano também está a ser atípico e a minha vida exige um pouco mais da minha atenção, que por isso não dedico aos livros.

Mas estou a sentir a necessidade de mergulhar em novos mundos e daí tentar, a passo e passo, mergulhar no mundo de FC. O livro Os Despojados, da Ursula K. le Guin, foi dos que mais me entusiasmou este ano, vindo um pouco atrás de O Segredo da Casa de Riverton. No entanto, reconheço que é difícil dar o primeiro passo, sair da zona de conforto. E se não gostar? É certo que o mundo não acaba, mas havendo tanta coisa por ler dentro do que gosto, porquê arriscar? Costumava pensar assim, mas experimentar, desafiar-me a mim própria tem sido salutar pois mais que crescido como leitora, sinto que tenho crescido como pessoa. Um variar de géneros, de leituras, de sabores, abre os nossos horizontes e fez-nos conhecer um pouco melhor nós próprios e o mundo que nos rodeia.

23 de maio de 2011

Verdade ou Consequência? (5)

Os Pré-Rafaelitas

Mais um mês, mais uma desafiada para o Verdade ou Consequência! Decidi aceitar este desafio e, depois de se ter escolhido “Verdade”, ficou decidido eu escrever um texto sobre os Pré-Rafaelitas (claro, a Carla teve um dedinho nisto também hehehe). Como estava a fazer um trabalho no contexto desse movimento artístico, achei que podia unir o útil ao agradável.

Estamos na época das revoluções: Revolução Industrial, Revolução Francesa, Revolução Americana. Estamos, por isso, numa época de avanços tecnológicos, de desenvolvimento industrial mas, também, numa época de mudança de mentalidades, de revoluções artísticas e no reinado da monarca que viria a sentar-se no trono inglês por mais tempo: a Rainha Vitória.

Proserpine de Dante Gabriel Rossetti
A Irmandade Pré-Rafaelita foi formada em 1848 e os seus fundadores foram três: Dante Gabriel Rossetti, William Holman Hunt e John Everett Millais. Todos pintores, embora Rossetti também fosse poeta. O principal objectivo deste grupo era resgatar a arte da trivialidade em que eles consideravam ela ter caído, considerando que a tradição académica tinha tornado a pintura numa simples prática de determinadas convenções pictóricas cansativas. Assim, romperam com a Academia, neste caso a Royal Academy de Londres, fundada em 1768 e tornaram-se pintores à margem do que era produzido na altura.

Mas de onde vem o nome Pré-Rafaelita? Bom, estes pintores não queriam seguir o modelo clássico estabelecido na arte ocidental por Rafael e Miguel Ângelo. Queriam reportar-se a uma época anterior a Rafael (que nasceu em 1483 e morreu em 1520), ao período da Idade Média, recuperando, em termos de técnica, o uso das cores vivas. Neste sentido, os Pré-Rafaelitas usavam uma tela de fundo branco, tornando as cores mais luminosas, em vez da tela de fundo negro, como era habitual na época.

Deste modo, as principais características da pintura Pré-Rafaelita eram a maior atenção ao detalhe, a luminosidade da cor e o retrato da natureza de forma fiel, recusando o embelezamento do que era retratado. Além disso, como pretendiam reportar-se a uma época anterior a Rafael, os temas das suas pinturas variavam desde a mitologia clássica greco-romana, a lendas medievais como a lenda arturiana, a temas religiosos, ou simplesmente ao retrato da vida quotidiana vitoriana mas dando-lhe uma “roupagem” medieval.

Considerando tudo isto, há ainda a discussão se o movimento Pré-Rafaelita será um movimento de vanguarda ou não. Por um lado, rompeu com as convenções da época mas, por outro, foi recuperar outras que já tinham existido. A meu ver, foram um movimento de vanguarda porque, para além de romperem com o que estava estabelecido, conseguiram retratar a sua sociedade recorrendo a motivos medievais. E é isso que eu acho tão interessante neste movimento: o recorrer-se a uma época passada para retratar aquilo que acontece na contemporaneidade.

Os Pré-Rafaelitas tinham uma grande ligação com a literatura. A maior parte dos pintores era, também, escritor, sendo que os seus escritos eram publicados regularmente num periódico criado por eles próprios intitulado “The Germ”. Para além disso, eram profundamente influenciados pela literatura do Romantismo, Shakespeare e textos ligados à lenda arturiana, principalmente de Sir Thomas Malory e da sua obra Le Morte d’Arthur, publicado pela primeira vez em 1485. Por sua vez, outro escritor contemporâneo dos Pré-Rafaelitas e que os foi influenciar também, Alfred Lord Tennyson baseou-se nessa mesma obra de Malory para escrever o seu Idylls of the King.

The Lady of Shalott de William Holman Hunt
Como tal, vários pintores retratavam cenas ou personagens da literatura e posso dar-vos alguns exemplos: Ophelia, de John Everett Millais (inspirado na personagem de Hamlet, de Shakespeare); The Beguiling of Merlin, de Edward Burne-Jones (retratando Merlin e Vivien, da lenda arturiana); La Belle Dame Sans Merci, de John William Waterhouse (motivo bastante popular entre os Pré-Rafaelitas, inspirado no poema com o mesmo nome, de John Keats); ou The Lady of Shalott, de William Holman Hunt (tema também muito retratado por este grupo, inspirado no poema de Alfred Lord Tennyson). Há, claro, muitas outras que eu podia enumerar, mas foram estas que me ficaram na memória e as que gostei mais.

Posto isto, penso que só me falta mencionar uma coisa, nesta espécie de introdução aos Pré-Rafaelitas: a mulher. Primeiro, de notar que havia duas mulheres pintoras neste grupo, muito bem aceites entre todos. Uma delas era Cristina Rossetti, irmã de Dante Gabriel Rossetti, e Elizabeth Siddal, que também serviu de modelo a Dante Rossetti. Para além disso, a mulher começou a ser retratada de forma diferente por estes pintores: era voluptuosa, vestia roupas largas e tinha cabelos soltos, sendo morena ou ruiva, algo que fugia aos padrões de beleza da época.

Assim, a mulher era retratada, essencialmente, de duas maneiras: como a mulher idealizada, contemplativa, virada sobre si própria ou como uma mulher vilificada, maléfica, feiticeira, “femme fatale”. Exemplos destas duas representações: Mariana, de John Everett Millais; e Medea, de Frederick Sandys, respectivamente. Esta obsessão pela mulher e, particularmente, para a “femme fatale”, deveu-se ao aumento de divórcios, do adultério, da prostituição, da luta pelos direitos da mulher, que veio pôr em causa a concepção comum de que a mulher era um ser sexualmente frígido e inocente. Deste modo, as mulheres começaram a ser consideradas tão susceptíveis aos apetites sexuais como os homens, provocando um questionamento sobre qual dos sexos seria o dominante.

Para quem quiser saber mais, deixo-vos aqui alguns sites que vos podem fornecer mais informações sobre os Pré-Rafaelitas.



Este artigo foi escrito pela Diana, do blog Papéis e Letras, que assim respondeu a uma curiosidade minha. ;)

19 de maio de 2011

Booking Through Thursday: Adequado/Inadequado à idade

A pergunta desta semana é...
Do you read books “meant” for other age groups? Adult books when you were a child; Young-Adult books now that you’re grown; Picture books just for kicks … You know … books not “meant” for you. Or do you pretty much stick to what’s written for people your age?

~*~

In contrast to last week’s question–What do you think of censoring books BECAUSE of their intended age? Say, books too “old” for your kids to read?

Não respondi à pergunta a semana passada, pelos mais variados factores que para aqui não interessam, pelo que aproveito para responder a ambas, ainda que pouco mais tenha de acrescentar ao que foi dito na Estante de Livros (aqui e aqui) ou no blog Papéis e Letras (aqui e aqui).

Lembro de ler desde muito pequena, nomeadamente livros escritos pela Enyd Blyton e outros da colecção juvenil do Círculo de Leitores (a Colecção Azul). Depois li Alice Vieria, A Lua de Joana e penso que só no secundário me aventurei em outros géneros e tipos de escrita não só porque sentia-me "mais crescida" mas sobretudo porque os temas que lia já não me entusiasmavam tanto. Houve um verdadeiro, ou pelo menos eu tenho consciência de que existiu, um processo de evolução na minha leitura.

Ainda hoje leio livros YA, no último dia em que fui à Feira do Livro de Lisboa trouxe 6 livros da Beatrix Potter, sou capaz de ficar na secção infantil da FNAC a ler os livros ou a mexer naqueles que têm partes para sentir e experimentar tudo o que têm. Adoro livros pop-up e só não trouxe O Principezinho porque ainda está caro. Por vezes é nestes livros que consigo distrair-me de tudo o que de mau vejo passar à minha volta. Os livros infantis são ingénuos mas ao mesmo tempo ensinam-nos tanto, sobretudo de que há motivos para sorrir e que as coisas podem acabar bem. Por vezes não preciso de acompanhar uma personagem, de ler páginas e páginas de peripécias, dúvidas existenciais e sei lá que mais, quero apenas que tenha apenas um final feliz.

Mas é claro que nem sempre este tipo de livros é suficiente, sobretudo os "insta-romances" ou "amores-Crepúsculo" (tenho de creditar a Slayra pelas expressões) que agora parecem inundar as livrarias, por vezes preciso das dúvidas existenciais, dos problemas reais (que são mais interessantes que "qual destes dois moços é o amor da minha vida?"), de um final menos feliz. Preciso de livros maçudos, de temas pesados e que me choquem, de sentir que cresço, que me torno numa pessoa melhor ao ler o livro. Ler A Lua de Joana foi importante para mim. Não me recordo da idade com que o li, talvez entre os 13 e os 15 anos, mas tenho a noção de que se o tivesse lido um ano antes ou um ano depois o impacte em mim teria sido diferente, talvez tivesse sido mesmo indiferente ao tema. Sempre ouvi a minha mãe falar de O Perfume como um livro que deveria ler mas não o fiz mais cedo porque do que ela me contava (e ela praticamente spoila tudo o que é parte importante do enredo) sentia que ainda não tinha estômago para aquilo (e isto vindo de alguém com gostos peculiares - gore e torturas). Mais uma vez, acho que li este livro na altura certa, tal como outros. Mais do que idade, é preciso ter maturidade para certos temas. E acompanhamento, porque não?

Eu tive a felicidade de ser acompanhada por uma leitora com gostos semelhantes aos meus e que me foi aconselhando vários livros ao longo dos anos, e que vim a adorar. Uma leitora que teve não só tentou incutir em mim o gosto pela leitura, mas teve também o cuidado de acompanhar e ver o que me entusiasmava ou podia interessar, fomentando esse gosto. Nunca me negou nenhum livro, mas com temas mais sensíveis procurou saber o que eu achava deles e debatia-os comigo, tentava explicar quando me surgiam dúvidas... Acho que é isso que é importante e é para isso que os livros servem, para fugir, para debater, para crescer...

18 de maio de 2011

Laços de Sangue (Sangue Fresco, Livro 8)

Autor: Charlaine Harris
Género: fantasia urbana
Editora: Saída de Emergência | Nº de páginas: 277

Resumo (do livro): Depois do desastre natural do furacão Katrina e do horror criado pelo homem da explosão na cimeira de Vampiros, Sookie Stackhouse vive segura mas atordoada, ansiando que as coisas voltem ao normal. Mas o seu namorado, Quinn, é um dos desaparecidos. E as coisas mudam, quer isso agrade ou não aos lobisomens e aos vampiros do seu canto do Louisiana. Nas batalhas que se seguem, Sookie enfrenta perigo, morte... e, mais uma vez, a traição de alguém que ama. Mesmo que deixe de haver pêlo de lobo no ar e mesmo que o sangue frio dos vampiros deixe de jorrar, o seu mundo não voltará a ser o mesmo...

Opinião: Depois do livro anterior, confesso que a expectativa para este não era muita e este também não foi dos meus volumes preferidos. Não consigo explicar bem o porquê, mas a escrita parece algo desprovida de sentimento, pelo que não consigo afeiçoar-me ou sentir qualquer empatia para com os dilemas de Sookie. Antes pelo contrário, apetece dar-lhe um grande safanão e gritar-lhe para abrir os olhos, que tanta indecisão amorosa já aborrece, e muito.

Quanto ao enredo, continuamos no pós-Katrina e pós incidente fatídico para alguns dos vampiros que vínhamos a acompanhar. Sookie continua a narrar-nos a sua vida, sendo que neste volume, para além de ver a sua vida ameaçada devido à sua ligação com lobisomens, descobre que tem um bisavô e que a sua família pode não ficar-se por este elemento... Mas também os vampiros dão dores de cabeça a Sookie, devido ao enfraquecimento de Sophie-Anne. A história avança com algum interesse, o mundo criado pela autora consegue prender-nos às páginas e a querer descobrir mais, mas o ritmo é algo lento (mesmo que a acção decorra em dias) e parece-me que havia possibilidade para desenvolver alguns pontos. Não consigo deixar de pensar que muita da acção passa por um “vim, vi, venci” que nos deixa boquiabertos e a questionar-nos “mas é isto?” A cena com os vampiros, à porta da casa de Sookie, por momentos fez-me lembrar a “batalha monumental” (entenda-se tal como a grandiosa seca da década!) que Meyer nos deu no seu último volume... Vá lá Charlaine, eu sei que és capaz de melhor!

Entretém, mas não é dos volumes mais marcantes da saga, na minha opinião. :/

Emprestado e pouco se perde com isso: Como disse, não ficou a ser dos meus volumes favoritos, ainda assim a história consegue manter o nosso interesse. Uma leitura leve, algo agradável, ainda que a vida sentimental de Sookie me faça revirar tanto os olhos que temo ficar com um sério problema.

16 de maio de 2011

Feira do Livro 2011

Prometi à Slayra que fazia um post sobre a Feira, pois bem, cá está ele!

Para quem só tinha um livro na wishlist para a Feira e veio de lá com muitos mais, pode-se deduzir que, em duas idas à Feira, me desgracei por completo. Sobretudo tendo em conta que o livro que eu queria acabou por não vir cá parar a casa, está esgotado em todo o lado e nem em alfarrabistas o encontro. :( Para o saldo ser ainda pior, o meu irmão e a minha mãe resolveram juntar-se à festa! Sim, ela queixa-se que compro muitos livros, que já não há estantes para tantos livros cá em casa, mas ela também não resiste a comprar alguns, apesar de praticamente pouco ou nada ler nos últimos tempos. Acho que realmente tenho a quem sair. ;)

Segue-se então as fotos das desgraças... :P
Ora aqui temos a minha desgraça. Duas pilhas, a do lado esquerdo adquirida na primeira ida e a da direita na segunda, ao meio temos o livro de Jasper Fforde que me foi dado pela mesma amiga de sempre (que entretanto já me deu mais dois livros...)! *abraça* Agora tenho duas edições de um mesmo livro, o Clã do Urso das Cavernas, mas encontrar a primeira parte do quarto volume está quieto... Falta um livrinho pequenino do meu signo, que veio cá para casa por ser spot-on numa das características que definem a minha pessoa. XD
Aqui a desgraça da minha mãe, fã de Ken Follet e que tendo estado à conversa com Deana Barroqueiro no ano passado resolveu comprar mais um da autora.
Finalmente a desgraça do meu irmão, pela qual sou algo culpada... Segue-se a reconstituição escrita do diálogo:
Eu: Há Dragon Ball em manga!
Ele: Estás a gozar...
Eu (após tirar foto na primeira ida à Feira): Olha!
Ele: (O_o) Quero!...

Ele quis e assim comprou, para meu deleite também. :D Quanto ao Dog Mendonça, também gostei que o tivesse comprado que a curiosidade é muita. Pena foi que não houvesse a edição toda xpto do Calvin & Hobbes, na qual andamos de olho há algum tempo. Parece que vou mesmo ter de a comprar na Fnac, se voltar a encontrá-la...

A Feira também valeu pelo convívio. Revi algumas pessoas do Twitgang e conheci outras, sendo que é tudo malta porreira! *abraça Twitgang* Acho que pouca gente veio de mãos a abanar e parece-me que vim mais carregada por causa de algumas dessas pessoas (mas vai daí, se calhar dizem o mesmo de mim :P )... Algumas, eu incluída, tirámos uma foto com um Estrunfe *realização de um sonho desde pequena* :P Comeu-se farturas e churros, acho que algumas queijadas, enfim... dias bem passados. :)

No que toca à Feira em si, no primeiro fim-de-semana andou-se muito bem, mesmo nas praças da Leya (que é geralmente o caos!) e da Porto Editora, que é semelhante à primeira... Não gostei do pavilhão da Babel e continuo a preferir as barraquinhas normais. A única vantagem que vejo nas praças é o facto de se poder pagar tudo no fim, não é preciso estar a sacar do dinheiro/cartão a cada barraca, mas é complicado circular e ver o que está exposto com tanto encontrão e empurrão, como aconteceu no segundo fim-de-semana. Durante a manhã também foi agradável andar por lá, ou não estivesse pouca gente e um tempo mais ameno. Para o ano acho que já sei em que alturas hei-de ir...

As promoções não são assim tão boas como isso. Tentei apreveitar algumas do tipo "leve n livros, pague apenas x", mas tirando isso alguns livros custavam menos 2 ou 3 euros, o que não é nada por aí além. Acredito que na Hora H se poupe mais, mas tal como no ano passado, não consegui aproveitar este tipo de promoção.

Agora é tratar de dar vazão aos livros por ler, que começa a assemelhar-se a uma tarefa hercúlea, mas que desejo encetar ainda assim. :D

8 de maio de 2011

Insólitos (3)

Desta vez venho antes fazer promoção à mais hilariante coleccção de insólitos que têm lugar em livrarias! Falo, está claro, do tumblr da Livreira Anarquista!

Desde títulos sugestivos e (parece-me) pouco adequados a crianças, a diálogos surreais, passando por livros que não pensei existirem, há de (quase) tudo. Aconselho a visitarem. ;)

4 de maio de 2011

Sangue Felino (Sangue Fresco, Livro 7)

Autor: Charlaine Harris
Género: fantasia urbana
Editora: Saída de Emergência |Nº de páginas: 278

Resumo (do livro): Traída pelo seu namorado vampiro de longa data, Sookie Stackhouse, empregada de bar do Louisiana, vê-se obrigada não apenas a lidar com um possível novo homem na sua vida (Quinn, um metamorfo muito atraente), mas também com uma cimeira de vampiros há muito agendada. Com o seu poder enfraquecido pelos estragos do furacão em Nova Orleães, a rainha dos vampiros locais encontra-se em posição vulnerável perante todos aqueles que anseiam roubar o seu poder. Sookie vê-se obrigada a decidir de que lado ficará. E a sua escolha poderá significar a diferença entre a sobrevivência e a catástrofe completa...

Opinião: Ter muitas expectativas, às vezes, dá nisto. Apesar de ter gostado bastante dos volumes anteriores, neste volume Sookie não me convenceu.

Para começar, no volume anterior falava-se num comício/convenção/cimeira de vampiros e tinha alguma curiosidade para ver que problemas seriam debatidos, nomeadamente tendo em conta que os vampiros, neste universo, saíram à relativamente pouco tempo dos caixões. Debateriam os casamentos com humanos, algum problema de abastecimento, a dificuldade em arranjar emprego devido a discriminação? Está visto que deveria ter lido opiniões sobre este livro (o que não fiz para evitar possíveis spoilers e cheguei à conclusão de que foi parvo, já que eu até gosto de spoilers e assim ia meio avisada) porque não tivemos nada disto e talvez não me sentisse tão defraudada. Em vez dos temas referidos, temos antes um casamento real e julgamentos. Não é que tenha sido mau, foram acontecimentos interessantes (mais não seja pelos banhos de sangue), mas mesmo assim esperava um pouco mais desta linha de história.

Já no que toca aos mistérios, é daquelas coisas que se topam à distância, praticamente no início do livro, e deixa uma pessoa a revirar os olhinhos quando percebemos que os personagens são todos cegos e não percebem o que se passa à volta. Sobretudo Sookie, que supostamente deveria conseguir ler as mentes e perceber as intenções das mais variadas pessoas. Em vez disso, parece optar por preocupar-se com a sua vida amorosa que, sinceramente, começa a fazer-me ranger os dentes (já não bastava o revirar de olhos) e a aborrecer-me de morte. Ainda assim houve um desenvolvimento interessante, ainda que muito (e deixem-me reforçar o MUITO) forçado.

A escrita também não me convenceu neste volume. Ok, já sabia que era algo simplista, mas o uso constante de “disse” nos diálogos, tanto quando era a própria Sookie (e talvez seja melhor relembrar que os livros são narrados na primeira pessoa por esta personagem) a falar ou outra qualquer personagem, fez-me ter que reler algumas partes porque perdia-me a meio da conversa, sem perceber quem é que afinal tinha dito o quê. Um “ele disse”, “disse ela” ou “disse-lhe” parecendo que não enriquecem a narrativa e mostram de forma mais clara quem é que fala. Mas e daí, o problema pode ter sido meu, já que este ano ando com algum deficit de atenção... Além disso, esperava um pouco mais de humor e de tiradas sarcásticas, mas pouco mais que um sorriso me conseguiu arrancar.

No cômputo geral, é um livro que entretém, mas sem dúvida de que esperava um pouco mais. Parece que não avança muito, mas ainda assim deixa algumas questões em aberto, sobretudo no que toca às relações amorosas de Sookie.

Emprestado e pouco se perde com isso: Este deve ser, na minha opinião, o livro mais fraquinho desde o segundo volume. Diria que está ao nível do primeiro, que também não me agradou por aí além. Chegou a aborrecer-me um pouco e não parece trazer grandes desenvolvimentos à história, tirando uma certa ligação com um certo vampiro.

2 de maio de 2011

Porque música é poesia (5)


Mumford and Sons - Winter Winds

As the winter winds litter London with lonely hearts
Oh the warmth in your eyes swept me into your arms
Was it love or fear of the cold that led us through the night?
For every kiss your beauty trumped my doubts

And my head told my heart
"Let love grow"
But my heart told my head
"This time no
This time no"

We'll be washed and buried one day my girl
And the time we were given will be left for the world
The flesh that lived and loved will be eaten by plague
So let the memories be good for those who stay

And my head told my heart
"Let love grow"
But my heart told my head
"This time no"
Yes, my heart told my head
"This time no
This time no"

Oh the shame that sent me off from the God that I once loved
Was the same that sent me into your arms
Oh and pestilence is won when you are lost and I am gone
And no hope, no hope will overcome

So if your strife strikes at your sleep
Remember spring swaps snow for leaves
You'll be happy and wholesome again
When the city clears and sun ascends

And my head told my heart
"Let love grow"
But my heart told my head
"This time no"

And my head told my heart
"Let love grow"
But my heart told my head
"This time no
This time no"

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